sábado, 19 de janeiro de 2008

Censura ao Counter Strike

Bom começo aqui minha primeira postagem de 2008 com uma notícia desagradável. Saiu ontem várias matérias na mídia sobre a proibição da venda e distribuição de dois jogos eletrônicos o Counter Strike e o Everquest. A justiça goiana acatou o pedido do Procom do estado e proibiu a comercialização e distribuição destes jogos, alegando que jogos violentos podem formar indivíduos agressivos, ou seja são nocivos ao consumidor. A decisão sobre o Counter Strike é questionável pois se baseia num mod (modificações) do jogo, que foram feitas por terceiros e não pela desenvolvedora do jogo. O que nos mostra o despreparo tanto das autoridades de defesa do consumidor, quanto de nosso judiciário que não sabe diferenciar um software de uma modificação não-oficial para o mesmo. Fica a pergunta seriam os jogos violentos mais nocivos aos consumidores que os filmes como o Tropa de Elite, que as novelas, que os telejornais sensacionalistas? Creio que não. Não podemos deixar decisões como essa destruam com a nossa liberdade de expressão e o direito a diversão.

Obs.: Para aqueles que possuem lan houses, deixo a dica para substituírem o Counter Strike pelo UrbanTerror www.urbanterror.net

domingo, 30 de dezembro de 2007

Lei do ODF

O governo do estado do Paraná sancionou a chamada Lei do ODF, a qual o formato de arquivos ODF (Open Document Format) será o formato preferencial para a geração de arquivos pelas instituições estaduais. Apesar de parecer uma notícia irrelevante, mas é de grande importância, pois garante a independência de softwares específicos tanto para a criação dos documentos, quanto para a leitura dos mesmos. Uma vez que o ODF é um padrão ISO, o que permite que esse formato seja implementado livremente, além de permitir que esse arquivo possa ser acessado futuramente sem depender de um fornecedor específico. Este é um grande passo para que os governos começem a democratizar o acesso aos seus documentos eletrônicos, tornando os independente de plataforma e fornecedor.

Alguns links sobre o assunto:
http://br-linux.org/linux/lei-do-odf-publicada-no-parana-conheca-o-texto-completo
http://br-linux.org/linux/lei-do-odf-e-sancionada-no-parana

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Capacitação Sim, adestramento Não!

Em 20 de agosto de 2007, o Ministério do Trabalho e do Emprego ingenuamente assinou, como parte do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE, agora ProJovem), um convênio com a Microsoft Brasil, nesses termos. http://www.oxigenio.org.br/a_noticias_detalhes.asp?cod_noticias=164

A Microsoft oferece a professores e alunos permissão e adestramento para uso do software que comercializa, tornando-os agentes de promoção e disseminação do software e extensão do monopólio e da dependência tecnológica determinados pelo software e pelos formatos secretos em que ele armazena informação.

Ainda que duplicar software, material didático e permissões de uso tenha custo praticamente nulo, calculam e alardeiam a doação fictícia total a partir do preço de mercado desses itens, que só será pago de fato por empregadores que ainda sofram dessa dependência e portanto ainda vejam utilidade no adestramento. Pagando por licenças para que cada empregado possa utilizar legalmente o software em que foi adestrado, oferecerão à Microsoft um retorno muitíssimo maior que os R$4,00 fictícios por ela doados.

Felizmente, muitos empregadores têm escapado dessa armadilha através do Software Livre, que não faz o usuário nem seus dados reféns de um fornecedor monopolista. Têm adotado suítes de escritório como BROffice.org, navegadores como Mozilla Firefox, e até sistemas operacionais completos recheados de aplicações, como as milhares de variantes de GNU+Linux que existem.

Software Livre não exige pagamento de licença por usuário, mesmo quando obtido a partir de um fornecedor comercial, razão pela qual é a escolha natural para programas de inclusão digital em que se rejeita a influência daninha dos empresários monopolistas. Software Livre, ao contrário, impede a formação de monopólios, garantindo ao usuário a possibilidade de contratar qualquer fornecedor para prestar serviços que necessite relacionados o software, ou mesmo de estudar e alterar o comportamento do software. Se for de seu interesse, pode até participar de seu desenvolvimento e oferecer serviços sobre ele.

Com tantas vantagens, além de maior facilidade de uso, maior segurança, maior eficiência e maior estabilidade, não é surpresa que governos e empresas venham demandando cada vez mais profissionais capacitados no uso dessas aplicações e sistemas operacionais Livres, em número muito maior do que o número de profissionais disponíveis com essas qualificações.

É por causa dessa demanda não atendida que a remuneração dos capacitados em Software Livre é hoje maior que a dos capacitados em software proprietário. Infelizmente, esse pacto condena os ProJovens a uma remuneração menor e à escravidão digital, ao mesmo tempo em que atrasa ainda mais o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.

Não pedimos que se rejeitem contribuições para a formação profissional de jovens brasileiros. Só pedimos que tais contribuições venham numa forma em que possam ser aplicadas no que seja melhor para os jovens e para o país, ao invés de favorecerem exclusivamente ao próprio doador e seus parceiros, prejudicando a todos os demais.

Anzóis escondidos em iscas ilusórias que se fazem passar por contribuições não servem ao bem comum. Ao contrário, levam quem busca fazer o bem a promover, sem perceber, interesses contrários. Ofertas que, ao invés de somar, subtraem devem ser rejeitadas, não importa quão atraentes pareçam. Devemos atentar não para a isca, mas para o anzol nela escondido.

São contribuições desinteressadas, sem armadilhas escondidas, que possibilitam perseguir o interesse público. Essas por certo não desaparecerão frente à possibilidade de serem utilizadas para dar passos na direção de uma sociedade mais justa.

Folheto de protesto
- http://www.softwarelivre.org/news/9804

Hoje não há como se capacitar alguém em TI somente com tecnologia proprietária. Softwares livres são de uso comuns hoje vide Apache, MySQL, PHP, Firefox e outros. Agora por que capacitar esses jovens somente com software proprietário? Vão capacitar eles para serem formatadores de PCs? Serão eles pessoas que acharam que tudo que provem da capital do software proprietário é bom? Estarão eles aptos a trabalhar em empresas com redes híbridas? Essa é a questão a se pensar. O Brasil tem a necessidade de capacitar os jovens, mas capacitar o jovem de forma incompleta, onde ele desconhece o mundo real a sua volta onde existem softwares proprietários e livres convivendo em empresas, é apenas perca de tempo, pois sempre serão profissionais incompletos. Nunca atenderão plenamente os anseios do mercado.
Não podemos deixar que uma empresa monopolista atue tornando esses jovens em vendedores e promotores de suas soluções. Capacitar os jovens em TI é torna-los aptos em analisar e apontar a melhor solução para o cliente, e não o que estão propondo. Temos que defender nossos jovens das garras do monopólio, não por ser contra a empresa X e a favor da empresa Y, mas por eles que entrarão no mercado de trabalho condicionados a um mundo fictício, onde somente o software proprietário existe é a solução de todos os problemas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Brasil diz NÂO ao OOXML!

É com muito orgulho que volto a postar hoje o voto brasileiro na ISO sobre o OOXML. O voto do Brasil é NÂO ao OOXML! Isto quer dizer que apesar do lobby da Microsoft, a ABNT foi sensata e decidiu a favor da sociedade brasileira e não aos famigerados interesses econômicos de uma empresa. A luta ainda não acabou, apenas obtivemos uma vitória local, mas há vários países que devemos colaborar para que não sucumbam em favor do monopólio. Devemos divulgar nosso voto de NÂO ao OOXML para que mais países digam NÂO.

Não ao OOXML


Bom, para começar esse blog, gostaria de falar sobre o porque devemos dizer não ao OOXML.
Apesar de muito ter se falado nisso nas comunidades de software livre, vejo em meu curso que muitos ainda não estão sabendo e/ou não dão a devida importância para o assunto.
O que é o OOXML? O Office Open XML é um padrão de arquivos criado pela Microsoft para a suíte Office, e está sendo submetido a votação para ser aceito como um padrão ISO. Porém esse formato de arquivos vem com uma série de falhas, como por exemplo não implementar o sistema de datas já padronizado pela ISO e também faz referências a funções do Windows e do Office as quais só a Microsoft tem conhecimento.
Essas funções implicam que somente a Microsoft possui o conhecimento para uma implementação 100% funcional de seu padrão de arquivos. Outros desenvolvedores como IBM, Sun, Red Hat dentre outros nunca poderão implementar o OOXML sem pagar a Microsoft para ter acesso a essas funções. Como que um padrão pode ser livre, se ele depende de funções de softwares proprietários (fechados)? Simplesmente não há como. E já temos um padrão ISO para a mesma finalidade, o ODF (Open Document Format), que é 100% livre e já é usado por vários softwares como: OpenOffice/BrOffice, Star Office, Google Docs, KOffice, dentre outros.
Concluo que não há necessidade do OOXML ser aprovado como um padrão ISO, pois além das suas falhas, já existe um padrão ISO existente. Por isso devemos lutar para que neste momento para que o OOXML não se torne um padrão ISO. Para que possamos ter um padrão ISO acessível a todos os desenvolvedores. E não termos uma padrão para satisfazer a ganância de uma unica empresa.

Links:
http://www.noooxml.org
http://samadeu.blogspot.com/2007/08/brasil-27-no-contra-24-sim-ao-ooxml.html
http://www.br-linux.org/linux/ooxml-na-iso-dois-relatos-sobre-o-que-ocorreu-na-reuniao-de-terca-na-abnt